Tuesday, April 24, 2012

Não dá pra quebrar o galho com espinafre!


 Em 1905, o Presidente Theodore Roosevelt ameaçou banir o  esporte do futebol americano devido à uma série de falecimentos de  jogadores em decorrência de lesões sofridas em jogos. Como opção, ele reuniu 13 líderes de universidades e como resultado da reunião foi fundada em 1906 uma associação que em 1910 se tornou a National Collegiate Athletic Association (NCAA) que até hoje rege o esporte em nível amador nos Estados Unidos.

A preocupação da NCAA com a segurança dos atletas é constante e de quando em quando suas regras são revisadas.

Para este ano aprovaram mover o kickoff para a linha de 35 jardas e o touchback para a de 25. A perda do capacete (exceto como resultante de falta do adversário, como um facemask por exemplo) será tratada como uma contusão e o jogador terá que ficar fora por um down. O bloqueio abaixo da cintura é proibido com excessão de jogadores dentro do tacklebox que não estão em movimento no momento do snap. O Shield Blocking em jogadas de punt também está proibido devido aos saltos perigosos que podem resultar em aterrissagens de cabeça ou nos ombros.

Enquanto estes cuidados são implementados no país criador deste esporte, com o excepcional crescimento do futebol americano no Brasil desde 2009, notamos que comportamentos ousados e arriscados andam sendo um tanto negligenciados por quem deve contê-los.

 Podemos considerar os nosso jogadores mais experientes ainda como principiantes após 3 anos, e os menos experientes como de fato iniciantes. Independentemente de talento ou habilidades é preciso considerar a preparação física necessária para cada posição e até mesmo para que tipo de jogadas. Não vale a pena tentar ousadias para as quais não se está fisicamente apto.

Ganhar o jogo é naturalmente o objetivo de cada time e cada jogador. Mas ganhar um jogo e não ter mais condições de praticar o esporte não vale a pena. Sair bem na fotografia num momento de heroísmo, arriscando a sua integridade, saúde, ou a de companheiros ou adversários não é contribuir para o seu time e menos ainda para o desenvolvimento do futebol americano no Brasil.

Apelo aqui aos jogadores, dirigentes, e particularmente aos técnicos de nossos times que façam uma avaliação cuidadosa de cada um mesmo que isto possa afetar a genialidade da criação do seu playbook. Assumam a responsabilidade pela saúde e vida de cada um.

E de maneira alguma permitam sequer um down sem uma ambulância com pessoas habilitadas para prestar primeiros socorros. No Torneio Touchdown isto invalidaria automaticamente um jogo. Mas que não seja apenas pelo temor da punição pela sua federação ou organização seja qual  for. E sim por respeito e amor ao próximo e pelo esporte em si.

Isto não é uma espinafrada, mas um bom alerta!